Goteira

As palavras elas me caem entre os dedos. Me somem.
Agora como de relance atrás do vidro, vejo cair a chuva, vejo o fim do sol. ele me vê.
Retorno pra casa, seca sem nenhuma gota. Me parece que foi sonho aquela magia de mar
Me deito, olho pra janela ainda sem acreditar, sem som. Me some o som.
Acordo com os punhos fechados, uma lágrima no travesseiro, era uma goteira.
Dentro e fora de mim.
Agora não me recordo se a chuva era eu ou mesmo o céu
Choveu em mim, mil lágrimas de mar, salgadas, secando por dentro algo
Mas tudo aquilo era sinal de loucura, porque em nada naquele choro me trazia tristeza
DOR! DOR! o que será mesmo você ? em qual lágrima fui sua ?

Agora me relembro da chuva de como fui feliz em apenas olha-lá
Em apenas deseja-lá, poder senti-lá de longe, ver sua estrada perturbando minha alma
A chuva não era eu, apenas fazia parte de mim, mas vivia fora com corpo e pele
Lindo como se nada mais me pudesse fazer respirar.
Mas é a pura verdade toda chuva precisa de um ar, todo ar precisa de uma chuva ?!
Creio, e enfim me lembro do motivo da lágrima, das gotas de mar, salgadas
Me lembro de te ver chuva, me lembro de te amar como nunca antes tenha amado.
Agora sei porque a tanto não consigo transformar esse amor em palavras. flori-lá!
Agora entendo o motivo. Agora sei, sei e não posso explicar

Tenho cabelos, sonhos, plantas e uma vida para regar.
Mas quero a chuva que clara tem só o nome.
Clara!


- Ouvindo: Los Hermanos.



1 Rabiscos de Outros:

Fernanda 12:34 PM  

Sinto falta dos seus textos.

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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