Te deixei ir, você foi lenta, leve, com meus cigarros na mão

Agora sinto sono, falta, medo da solidão.


Inquilino !

Passo por um conflito. O de amar.
Como posso amar ? Amar alguém ?
Preciso antes tirar as teias do teto.
Me decifrar, roubar-me de outro alguém
Depois preciso limpar o quarto, arrumar a cama
Para quem for me visitar. Preciso me permitir visitas;
Visitas em minha casa, em meu corpo
Mas em meu coração quero inquilinos
Para me avisar do feijão queimando no fogo
Brigar pelas calcinhas fora do lugar, pelos cigarros no sofá
Brigar para depois dizer que é tudo porque me ama
Preciso que alguém grite, explique
Preciso que alguém me obrigue a aceitar esse amor
Esse amor que é meu, mas não o vejo, não o sinto
Preciso que alguém lute por mim.
Preciso de alguém.
Quem ? Qualquer um que goste de doces.



Gosto das palavras, daquela noite, do seu cabelo curto

Gosto também das suas costas, dos seus ombros, dos seus olhos mudos
Gosto mais ainda da sua voz, do seu rosto, torto, daquele sorriso de escudos
Eu gosto de você, gosto de mim, gosto mais de mim do que de você
Eu gosto muito mais de mim.

Corri-mão.

Eu gosto de escadas. Aquelas compridas, com cor, com vida.
Gosto de percorre-lá, de ultrapassa-lá empurrando meus pés para subir cada
Degrau,Degrau,Degrau.
Escadas me lembram amor, aquelas duras, difícil de alcançar o final
Mesmo quando o fim é o terceiro degrau.
Alguém compreende meu amor por escadas ?
A forma fria e maciça que sinto ao subi-lá descalça, de meias finas
Falo de escadas de madeira.
Falo também que temos que subir degrau por degrau
Correndo ou devagar para não cair e se machucar no final
Com perigo de descer escada a baixo, empurrando tudo a sua frente
Falo também que pode se apoiar quando não se sentir seguro
Segure o corri-mão
 Estávamos falando de escadas ou de amor ?
Eu gosto de escadas. Sempre gostei.





Cócegas.



Amar é coçar a barriga pro dentro.

Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

Agora, Aqui !

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



De encontro.

Os Viciosos do Circulo.