Um.

Corro, paro, perco o folego, talvez por culpa dos cigarros.

Talvez por culpa do pulmão que foi trocado pelo coração, coração que anda podre.
Paro!Sento, ali mesmo no meio fio, quente, odeio o sol. Gosto do frio, do vento, o calor derrete, esquenta,amolece o coração, o peito, agente!
Volto a corrida, só que agora bem devagar, acendo um cigarro e vou andando.
Todos passam a minha frente, uns caem, todos loucos, vivos!
Eu continuo caminhando, fumando meu cigarro, de baixo do sol quente.
Fico soada, fico mole, fico fraca. Cheia de dor.
Sento, acendo outro cigarro, desisto! Não da corrida, mas de mim.

(Ouvindo: The Pretty Reckless)

Rascunho em um.

Me leve pra casa preciso descansar, ando cansada e lucida de mais esses dias.
Ando precisando perder um pouco desse meu bom senso, me embriagar como antes.
Ando querendo me perder um pouco, mas aqui mesmo dentro de casa, no meu quarto, na cozinha, ir na área e fumar um cigarro, sentir cada tragada como a ultima da minha vida.
Você não me ouve. Olá! Não consigo te escutar também.
Veja como estamos distantes, e eu sinto falta das trocas de cigarros e das noites nunca dormidas.
Ás vezes eu preferia estar perdida, a ter me encontrado em você. Isso me mata!
Mas o que adianta agora? Quero ir pra casa, quero deitar e chorar sozinha como antes.
Eu sinto, sinto a perda dos braços, das pernas, da mente, do ar, de você.
Mas nada adianta agora! Você pode me levar pra casa? Quero ver mamãe!
Olá, não consigo te ouvir, e você me ouve?
Eu sou uma mentira, uma mentira de olhos sinceros.
E você acreditou que eu possa ser tão podre e má como dizem? Você acreditou?
Agora vamos pra casa? Quero tirar os sapatos e deixa-lós pela sala.
Desculpe, perdão! Por ter andado tão lucida esses anos, meses, dias.
Mas eu havia me preocupado de mais, reclamado de mais, te amado de mais.
Quero ir pra casa!

(Ouvindo: The Pretty Reckless)

Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

Agora, Aqui !

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



De encontro.

Os Viciosos do Circulo.