Palmas, 05 de julho de 2013
Minha Querida...
Oi! Tudo bem? Imagino que não. Decidi lhe escrever uma carta, quem sabe dizer um adeus.
Acabou! É! Eu sei e isso corroeu cada espaço entre meu coração
e meu bom senso.
Passei a noite toda revirando, chorando, roendo as unhas,
querendo alguns cigarros
Querendo alguma coisa que ocupe a cabeça, o pulmão as mãos.
Querendo diminuir os segundos, voltar algumas horas no tempo.
Pensei como você está se sentindo, e o que estava pensando depois
de engolir
Digerir tudo o que eu fiz, depois de ver ao ponto que cheguei.
Acho que o meu coração está em cacos, assim como os
presentes que eu te dei.
Levei um soco no estômago, eu ainda estou sem ar e meio fora do corpo.
Respirei cada palavra dita por você, mastiguei cada letra, cada
não, cada cuspida e ofensas.
Engasguei-me e até agora estou com uma palavra e
outra entalada na garganta.
Como um espinho, que tentando tirar me machucou mais.
Chorei por te querer tanto, morri por dentro, me destruí, te
destruí, fim por fim, te perdi.
Isso era pra ser uma carta de despedida, não mais uma de
desculpas e dores.
Mas eu ainda não sei como me despedir de você, como te dizer adeus!
Eu só queria estar com você agora, mas eu tenho esse dom de
estragar tudo.
Doí tanto que se me cortar um braço eu não vou sentir.
Se por acaso você chegar a ler isso, irá pensar “como ela é dramática”.
Meu bem já passou de drama, de dor é um tumor, um
cisco no olho que não quer sair e de tanto eu cutucar, choro, mesmo sem querer,
eu choro.
Passei a noite toda pensando o que eu poderia te dizer, mas
já não tenho palavras.
Não tenho nada que exista na língua do homem para te dizer que
eu sinto muito.
Sinto na pele, no quarto, nas paredes, no canto da sala, sinto com os
olhos, com as palavras.
Talvez isso passe, mas eu estou com as mãos vagas, com o
coração carregado.
Quero te dizer, que eu te deixo ir, que eu me perdoo por tudo
que foi dito e feito.
Queria te dizer que eu me desculpo por todas as vezes que
você me fez chorar
E você, chorou alguma vez?
Que me perdoou por todas às vezes que me tratou como um nada e como um
tudo.
Eu me perdoo!
Perdoo-te também por não me perdoar, por talvez me odiar.
Perdoo por todas as vezes que te amei de mais, e você me
amou de menos, de mais.
Mas não me perdoo por ter te perdido assim.
Não me perdoou por te deixar ir, por não ter feito diferente, por ter te dado meu pior.
Não me perdoou por não saber como te ter de volta.
Atenciosamente, A.V.
Abraços!
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