Psicopatia equilibrada, daquelas que se compra na banca da
esquina com cigarros e algum livrinho de alto ajuda.
Alto ajuda para a baixa alta estima, para o baixo edifício
que é alto para se subir, para o alto amor que é baixo para se sentir.
Alto
ajuda desnecessária já que sua razão não permite duvidas ou contradição.
Pega seu livrinho e segue em direção ao banco, com seus
cigarros e sua sinceridade entre o peito e o pulmão.
Mas quem disse que amar-se em primeiro lugar era psicopatia?
Que barbaridade, eu gosto de você, mas devo lhe dizer que gosto muito mais de
mim, isso meu querido é egoísmo, não tem nada haver com loucura ou desejo por
sangue.
Meu desejo é de vinho e algo
como o jazz.
Vá sente-se naquele banco de frente aquele homem de óculos
com camiseta amassada, calças apertadas de mais, tênis confortáveis de menos,
com um ar de compreensível, mas parece precisar mais ajuda do que você, e
sempre quando abre a boca para encorajar parece que lhe doí a mentira que ira
contar.
Compreender que todos que estão ao seu redor só estão ali
por interesse, que estamos presos a isso, a depender de nós mesmos, e quando
lhe digo nós, digo do nosso interesse, seja ele insano ou não.
Mudar o foco às
vezes ajuda a não ir direto ao assunto.
O homem petulantemente infeliz lhe diz que tem muitas coisas
boas na vida, mas mal soube dizer o que era. Ele estava mais míope do que
qualquer um que ousasse entrar naquela sala, carregada por palavras de conforto
em um tom de dor.
Saia de tudo isso acenda mais um cigarro, jogue o livro de
baixa alto ajuda fora, mas não na lixeira o deixa no banco como se ele ainda estivesse
um dono, traga seu cigarro.
Levemente se deita na grama quase seca.
Pois bem, psicopatia você meu querido deve confundir com
liberdade em excesso, liberdade em excesso você deve confundir com sinceridade
exagerada que nunca se confundi com nada.
- Ouvindo: ( Nirvana)