Cômodos Vazios.


Desculpe, eu não lhe expliquei direito os meus motivos. Não lhe estende todos os meus erros, nem lhe entreguei minhas lembranças. Eu devia ter dito que aquela cama era pequena, que havia sobrado poucos cigarros, que o álcool não nos embriagaria a ponto de dizermos alguma verdade, que respirávamos mentira, que possuíamos apenas mentira.

Todas aquelas caixas na sala, todos aqueles cômodos vazios, todas aquelas cortinas branca, ocupando todo aquele espaço, ocupando como desculpa a minha falta de compromisso, eu sou apenas mais um meu caro, sou apenas mais um que acha como refugio a solidão, que refugia a minha dor que ultrapassa o coração.

A varanda ainda é pouca para tantas desculpas, para tanta inalação de fumaça, para todas essas cobranças, não tenho mais a onde guardar tantas cobranças, tanta ganância, não tem mais como guardar tanta ignorância, minha cozinha esta repleta de confidências e evidências de que todos os meus motivos são tão fracos a ponto de machucar a pele e não sangrar.

Tenho tanta força que me sinto fraca sempre quando vou justificar minhas decisões, não me permita a justificativa, não me deixe presa a meras palavras, a tanta rasura de metas e posições pré-estabelecidas.


Eu devia parar de dar tantas voltas e lhe dizer logo todos os meus motivos, todas as minhas dúvidas, minhas defesas, meus crimes, encaixotar tudo e lhe enviar como presente minha vida, esperando que assim você possa entender. Entender o que não a como se explicar, eu devia, eu sei que eu devia lhe explicar meus motivos, mas meu caro não a nenhuma alternativa para se entender o que não se senti, quero dizer quando se senti não precisa de explicações, meu caro sentir ultrapassa qualquer linha de entendimento.




{Ouvindo: - Avenged Sevenfold - Seize The Day}

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Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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