O mal que me estranha é o mal de estar feliz
Pois sendo triste, não estarei feliz. Não realmente.
Mas o que me importa, tenho um alivio maligno no peito
Um tumor que pulsa sangue, todos os dias e adormece com o chegar da noite.
A defesa que tenho é a solidão, o único meio é estar bem comigo mesmo
Não que tudo que venha com a palavra mal seja realmente má
Esse significado é tão meio termo para tanta projeção.
Não estranhe só porque estou feliz, em um lugar que nunca me senti bem. Meu corpo.
Mas eu gosto dessa alegria repentina, gosto também da dor, melhor que nada sentir
Nem dor, nem amor... Sentir me cansada me basta até
E não a bem propriamente dito, porque o bem necessariamente não seja bom
Ou seja, tanto faz.
Mas o que quero dizer, é que essa alegria que me bate é sem cor nem motivo.
E se sou triste é por que quero, por que a dor nem sempre é motivo de tristeza
Eu tenho dor na barriga quando me alegro muito, não que estar alegre seja algo de Consciente.
Mas o que se expressa nessa minha alma de coisa nenhuma
É o sentimento de que o mal e o bem talvez na verdade não exista
E que a dor seja aquela quando se sai sangue da pele, e a felicidade
Seja apenas acorda com um dia frio e tomar um café
Porque eu gosto desse pensamento que estamos apenas sonhando em plena realidade
Porque tudo o que te sufoca, um dia te fará bem ou mal.
Mas talvez o bem e o mal sejam apenas opiniões diferentes,
Gostos diferentes, talvez sejam apenas mundos diferentes
Ou palavras arrancadas do dicionário.
O mal que me atingi é a felicidade de admitir a tristeza como um bem qualquer
Mesmo ela não sangrando, mesmo ela não falando comigo eu a sinto
E admito que o cansaço me faz realmente acostumar-me com ela.
Como coçar os olhos para expelir o sono, quase como um extinto
Ou mesmo como um costume qualquer. – Banal.
E na verdade nunca sei se é isso mesmo que quero expelir ao coçar os olhos
Talvez seja só vontade de tocar em algo que nunca vejo com olhos propriamente ditos
Que nunca consigo realmente tocar, sem que lágrimas me cainhem
A dor talvez seja assim, de tanto tocar na alma ela machuca
Destrói, de tanto tentar sentir o que não se senti.
Costume qualquer de sentir
Rabiscado por
Ar
sábado
- Ouvindo: Pearl jam - black.
Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.
0 Rabiscos de Outros:
Postar um comentário