De pára-quedas

Eu preferia passar a vida toda perto dos pássaros
Do que perde a vida desejando ter asas.
Nesse significado trivial de um dia poder voar...
Eu poderia correr e deixar algo brotar dentro de mim
Mas tenho presa, presa de me alcançar em vagos sonhos
De me alcançar e de me vencer, vencer meus próprios medos.
Vencer a vida!
A vida da qual sinto que sempre bate em mim quando acordo...
Que sempre me joga na cara que meus pés nunca saíram do chão
Que viverei sempre em terra firme, dura e triste.
E sinto que a dor daqui (realidade) me machuca de pouco em pouco
Culpando-me por sonhar de mais, por sempre sorrir sozinha...
E ocupar-me com vozes da qual nunca posso ouvir, ouso apenas com os olhos.
Culpando-me por ser tão triste...
Mas sempre quando paro vejo que na verdade nunca sai do lugar
Nem mesmo em terra firme, e não me perdôo por não voar...
Mas me cansa saber que aqui (realidade) é o meu lugar...
E me dói o cansaço da realidade que me bate sempre quando o dia chega
Tirando-me de um mundo que criei, todo defeituoso, mas que sempre...
Cuida das feridas que a vida faz e que sempre me da asas pra voar.

Já o pássaro que vivia em mim, não vive mais...Cansou-se!Largou-me!
Culpando-me por sufocar seu ar, sendo invadido por espaços de alegria.
E cotidianos de dor, e não o culpo... Só sinto falta de tê-lo comigo
Pra acalmar a falta de amor. Eu preferia passar a vida toda voando...Mesmo nunca tendo asas.


- Ouvindo: The beatles- Let it be.

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Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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