Eu queria te ter nos braços, te levar pra casa
Ouvir você dizer besteiras, me fazer rir.
Eu precisava do seu colo, dos seus seios, beijos
Da nossa despedida curta de um cómodo para outro
Do nosso amor, daquela bobagem de amar
Eu precisava realmente voltar a ser boba por você
Mas agora a minha arrogância me parece mas segura.
Rascunho salvo em 10:43
Eu preciso da sua vida
- Eu preciso de vida!
Meu amor...
Nosso amor, vazio
Sua pele na falta da minha
Minha vida errante, vulgar, sozinha.
Eu longe de você
Você sem me ter
Eu sem você
Querendo me reconhecer.
Subtenda.
Quero que alguém me compreenda
Me leia, sem me decifrar
Não consigo suportar esse peso de ser eu mesma
Me doí as costas, o coração, me doí as mãos
Não quero ter uma pele, nem rosto
Não gosto de cabelos, apenas de olhos, bocas
Não chego ao entendimento, do que sou, se sou, se fui
E me doí regressar as palavras, me doí, morrer e acordar
Você pode sentir meu entendimento
Pode toca-lo, trazei-me
Eu tenho essa dor constante, essa dor que não doí
Ela apenas bate no chão, e me prende
Com o impacto me joga, me desmonta com força
Sou fraca em não depender dos outros
Mas mesmo sem introdução eu preciso
Necessito de um desconhecido, apenas para me oferecer um cigarro
Me apoiar e ir dormir
Sou além da forma ultrapassada do meu corpo
E me conheço tanto, que me perco
Foge sobre meus olhos a minha vida
Que me doí, como uma xícara vazia
Não me percebo, caminhar, acordar
Apenas vivo quando adormeço
Durmo quando acordada estou
E me pesa a realidade
Não quero ser eu, não quero existir
Quando se existi se perde
Como agua vazando do balde
Se perde loucura
Não preciso acreditar ser normal
Preciso apenas me habitar
Me resgatar quando estiver cansada
Tenho sede de liberdade
Daquela que se senti apenas quando o vento te sufoca os cabelos
Preciso me sentir livre, me libertar de mim mesma
Ninguém realmente me prende, eu sou a minha única maldição
Tenho o domínio sobre meus pés e me frustra não coloca-los a onde a alma chama
Quero tocar-me por dentro, rasgar essa pele
Quebrar os ossos e me libertar me do mundo
Me tornar livre, da fome, da sede, do amor, da dor, da vida
Não quero ser descartada, mas quero reaproveitar-me quando necessário for
Necessito de escamas, sobre e fora de mim
Necessito de formas, de pouca existência e a quantidade errada de loucura
Não necessito mais me entender, apenas parar um pouco esse meu ser
Deixar subentendido a loucura de viver.
- Ouvindo: Incubus.
Procura-se sentimentos
Me falta um amor, como me falta alguma dor
Não gosto de sofrer, mas meus cabelos as vezes precisam de aguá
Quero misturar a falta, a desgraça
Quero dividir meus cigarros, quero alguém
Alguém sem graça, sem animação, com falta
Que goste da terra, de sexo, de frio
Sente aqui, me escute
Sussurre, depois me grite, até trazer dor aos meus ouvidos
Depois me conte versos, me xingue, me jogue na cama sem pretensão
Me traga falta, humildade, me derreta, me faça chorar
Me ponha nomes, aqueles que não sejam vazios
Me traga vinhos, me ame
Depois do fim, pode partir
Quando a mim voltar, quando aqui passar
Me traga algo que caiba na caixa
Que as vezes é conhecida como coração.
- Ouvindo: Los Hermanos.
Se sou.
Rabisquei a vida, estraguei o desenho que havia traçado
Cheio de cores, vidas, amores, dores, bonitas dores
Acabei mudando os traços, modificando a cor, a volta, a partida
Me perdi em meio a tanta rasura, da minha vida da sua
Tentei apagar procurando um novo eu, um outro, um seu
Mas agora me esquece quem sou, e se sou, quem sou ?
Me desperdicei em cores, amores, me rasurei
Posso estar me afundando, mas nada me tira esse remorso.
Esse esboço que não sou eu.
Do outro de cá
Não gosto daqui, nem de lá, do outro de cá
Constante falta de mim
Foi quando ele partiu...
Doce-Mente.
Parei, suspirei, ainda em movimento.