São 4:30hs
A batida da chuva no chão
Desconcentra
As palavras que a muito tempo não saem.
O cabelo agora curto,
Nem pinga tanto como antes
A chuva molha o papel,
Molha o tédio,
Molha a raiva,
Molha ausência,
Achada entre o mel e a ferida,
Molha o militarismo
E até os olhares leves de preconceito
Cansando as pálpebras , agora baixas...
E talvez a culpa seja toda de um outro
Que durante a chuva,
Nunca tenha olhado meus olhos
Agora cansados e chatos...
São 6:15hs
A chuva ainda presente
Brinca com o vento contente
Dentro de algum ar invisível no ceú
Que confunde
Meu companheiro madrugueiro
Molhado, com a fumaça leve, fraca...
Terminando, indo embora
Acendo outro, esquentando
O vento que apavora...
As unhas já não suportam
A promessa de que com elas
Nunca mais ira mentir
Ou ira mentir menos.
São 7:00hs
Acaba de terminar
Com a promessa
E com as unhas
E fingi voltar a amar...
A chuva ?
Agora foi embora
Restando acesso
A fumaça sincera
Em uma leve noite nublada.
As palavras que a muito tempo não saem
Agora estão cansadas,
Sem chuvas, sem dias
Na minha rua desfolhada…
Batida da chuva...
Rabiscado por
Ar
terça-feira
- Ouvindo: Cassia eller- Mal Nenhum.
Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.
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