Ladra por uma noite.

Quem nunca roubou não conseguira me entender.

E quem roubou por ganância nunca sentira o que eu senti.

Eu fui ladra por uma noite, roubei os sonhos, as revelações, a alegria, os lábios, a paixão de alguém.
O tive somente pra mim, não dividi minha conquista nem minha dor quando desconfiaram de meu roubo
Ele não me amou por espontaneidade eu o fiz gostar de mim, eu o obriguei a me seguir, só não foi preciso obriga-lo a me beijar, foi instinto, defesa.

Eu o amei, amei aquele roubo, amei seu medo, sua permanência.
Como o que queria pra mim, oh como o queria, o tive, o tive pela metade, tive apenas o que consegui levar, o resto o mais importante ele não me apresentou, não me foi possível nem ao menos tocar.

Não sei se aguentaria o peso, minha bagagem estava cheia, sufocada até.
Minha bagagem que era meu coração, coração que até o roubo sofria de solidão.
Mas fui meu próprio delator, não fui boa em roubar, não servia como ladra.
Não conseguia ficar com o que não era meu, eu o queria pra mim, mas nada daquilo me pertencia, nada me foi dado, tudo o que tive dele, foi furto, toda a minha propriedade era roubo.

Ele buscou de volta seu coração, buscou seu desejo, sua paixão, ele levou até suas lembranças, impedindo-me de permanecer nelas, me restou apenas minha própria dor, me restou um pouco de ausência, um pouco de amor.
Eu não podia ficar com seu coração ele não era meu, já tinha dono.



- Ouvindo: ( Scorpions)

2 Rabiscos de Outros:

Bruno 12:30 AM  

Para esse tipo de roubo não pode haver culpas, como já dizia o poeta, esse crime compensa e não há direitos à propriedade...
www.costabbade.blogspot.com

Pérola 9:42 PM  

Sentimentos roubados não valem a pena, nunca serão nossos!
Muito bom seu texto!

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Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

Agora, Aqui !

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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