Inferno cómico de teto pro chão.


''Corria em direção ao chão, do teto no inferno
Machucava as mãos segurando a caixa chamada coração
Sem saída, sem caminho, pra lá, pra cá
Era um sonho, uma realidade, grande fatalidade
Eu não sentia minhas pernas, nem meu corpo no chão, jogado, molhado quase morto
A voz não saia, nada se movia apenas meus olhos cegos
Meus ouvidos surdos, barulhos mudos, gemidos sóbrios de sexo
Nada me tocava, nada se sentia, areia molhada, cansada e velha
Na boca gosto de suor, a pele rugia no teto ou no chão do inferno
Quente, Forte e de alguma forma cómico
Corpos na apologia do sexo, o céus eu estava no inferno.

Eu não tinha cabelo, nem roupa, nem vida, nem alma, nem tato, olfato
Rastejava no chão quente, talvez fosse frio meu corpo era um ponto vazio no espaço
Espaço que não cabia, tanta falta de vida jogada por lá
Não tínhamos rostos, nem cor apenas peitos, olhos e paladar
Tudo tinha gosto de suor
A terra era santuário de roupa com mãos dadas pro ar
O inferno era cómico, muito engraçado, vulgar.

Gritavam meu nome, a rainha damacascar
Éramos Reis, príncipes e servos, todos tristes e preços no inferno
A dor era parte do corpo, morto, vazio do sufoco
O passado passava em uma grande tela no chão da parede do teto
A carne pendurada nós pés que eram mãos que ficavam perto do coração
Não se saia mas sempre se entrava no inferno cómico e sem graça.

Era sonho, sonho dos ruins... Acordei de mão fechada
Rindo perdidamente, achando graça
Eu ainda tinha vida, melhor tinha alma
Acendi meu cigarro para comemorar a volta de uma viagem não programada
Que me corria nós olhos abismados e carregados, vazios, vagos
O inferno era cómico mas no final não era nada engraçado''.

- Ouvindo: Pata de Elefante.

2 Rabiscos de Outros:

Gabriel 8:21 PM  

"Acendi meu cigarro para comemorar a volta de uma viagem não programada", adorei este verso.

Nossa, você descreveu tão bem a loucura e as vezes o psicodelismo que um sonho pode ter, que algumas imagens se formaram na minha mente.

Segunda vez que venho aqui, e tenho que dizer, escreves bem garota, realmente me surpreendeu =]

Beijão pra ti.

Ar 8:28 PM  

- Ah! brigado. Te espero outras vezes aqui...

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Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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