Uma Violência Surda.

Falava-me baixo com uma violência surda
Com medo do receio de me machucar, machucando-me apenas ao falar
- Eu me contenho em não ser amada por todos. - Ela me dizia quase sem voz de mãos fechadas.
Me parecia grosseiro esse amor, que machucava fundo uma ferida quase imortal, serena e constante
O silêncio crescia na sala como um balão que se enchesse quase sem fazer barulho sem poder ser interrompido
Mas sim fora isso que buscará um silêncio continuo entre ambas, entre ambos corações. Que eram caixas vazias e plácidas.
Um tom decorria subjacente, era o barulho do fósforo fazendo fogo para acender o cigarro culpado de dor da falta de amor, quebrando assim o silêncio, estourando de vez  o balão.
Ajoelhada junto de mim, ela me olhava seca e fraca, mastigando de tragada em tragada o sincero que era comprado na esquina, e de sincero não havia nada.
Antes de compreender o que ela queria eu me pus a falar sobre todo aquele remorso da dor de amar
Ela apenas me escutava com olhos vazios quase inertes e que ali não viviam, discordava apenas com o rosto que retorcia-se ao dizer não.
Desviava os olhos subitamente ferida no mais abria seu coração dizendo-me o que em mim nada fazia sentido
As gotas escorriam trémulas, eu enfim descobri que minha caixa era fria, friamente egoísta...
A voz suave roca e morta, quando realmente falava o que em mim habitava, quase nada. Vazio.
Ela compreendia, confirmava com os olhos baixos, agarrando-se a qualquer coisa, agarrando-me.

No intervalo o amor tornava-se a si mesmo, fugindo.
Ela corria com os olhos verdes claros que entre manchas de água se tornavam mar de agua salgada
Salgando a boca que no impulso beijei, Fechava os olhos e o coração batia além do meu corpo que me doía todo, sem mais nem menos eu descobri que toda essa dor era de certo alguma forma de amor.

- Ouvindo: Pata de Elefante.

2 Rabiscos de Outros:

Andre Mansim 7:11 AM  

Puxa vida, menina, vc escreve muito bem!
Parabens pelo post e pelo blog.


http://amansim.blogspot.com/

Ar 3:33 PM  

- Obrigado !

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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