Meus sonhos me enganam !


As montanhas de nuvens se embaralhavam em meus pensamentos
Eu sabia realmente a onde queria chegar, mas meu corpo não se movia
Foi quando pensei estar em transe, mas não talvez fosse apenas um sonho, um leve pesado sonho.
Meu corpo inerte, louca louca eu realmente me sentia assim
Foi engraçado vomitar em cima e fora de mim, uma mistura grotesca de vida
Ao meu redor vultos esnobes, um calor desconfortante que me deixava mais imóvel ao resto
Me erguia com os olhos, os únicos vivos, míopes e embaçados que quase nítidos me movia
As vozes, os risos, pareciam longe do meu corpo mesmo sentido todos perto de mim
Quando realmente consegui me mover recebi nos lábios um beijo de uma desconhecida
Levantei-me peguei meus cigarros, minha mochila e fui embora
Tudo muito real, minha cabeça doía, meus olhos inchados, corpo molhado
Sai do prédio e ao pisar no chão frio e úmido percebi que estava descalça
Olhei na bolsa procurando alguma coisa encontrei um par de calçados. Sujos e molhados!
Decidi ir descalça, esperava encontrar algum táxi por lá, um ponto de ónibus, qualquer coisa.
As ruas eram compridas e desertas, bonitas da sua forma
Estava realmente cansada de andar, quando decidi voltar para o prédio
Não encontrava nada por lá, nem ratos, vozes, vultos, nem frio
Quando cheguei no prédio, a moça que havia me beijado me esperava na porta
Rindo como se soubesse que eu fosse voltar, para o prédio para ela
Ela não era bonita, tinha os olhos pretos, pele branca, cabelos negros e um semblante triste no olhar.
Peguei um cigarro, para digerir melhor aquela loucura em preto e branco
O prédio estava movimentado, tumultuado, com o cheiro de vomito e limão nas paredes
Eu queria saber a onde eu estava, mas só a moça ficava do meu lado sem nada falar
Sentei-me, bebi um pouco, vomitei de novo, era nojento e vulgar aquele lugar
Mas tudo que eu fizesse eu sempre voltava pra lá
Quando enfim acordei, não havia ninguém por lá, nem a moça que insistia em me beijar
Eu estava sozinha, e de uma forma ou de outra eu queria a moça para me acompanhar
Quase como um vulto, eu acordei.
Peguei um cigarro para aceitar a despedida da moça que agora a vejo em todo lugar...


- Ouvindo: Livin' Blues.

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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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