'' O vôo da pedra ''


Quando coloquei meu pés no chão, não senti a dureza que havia pisado
Era triste e frio e com o tempo me acostumei a crava-los na dor
Complicava em mim, saber a onde pisar, saber pisar
Me doía levantar de manhã e ter que sufoca-los calçando-os
Doía como que se sobre eles restasse apenas carcaça para move-los. Eu !
Nunca me dei conta, de como era preciso tira-los do chão, arranca-los
Forçar algum vôo, forçar alguma vida. Era preciso existir sem te-los no chão
Com o tempo foi fácil acostumar me ao provável, a cotidiana dor de permanecer estável
Moço você sabe como é não poder voar ?
Imagine o vôo sinta o vento.
Feche os olhos e sinta o cheiro de liberdade que gruda na pele
Conseguiu sentir ? não ? tente de novo !
Agora você sabe o que eu quero sentir, não sabe ?
É improvável, mas conseguiu sentir o sabor da pele, tem gosto de sentimento bom
Aqui no chão não se tem gosto, aqui se tem apenas paredes, teto, chão...
Sobressai por fora da cabeça o que imaginei para mim, mas agora agora não existe
Moço acredita se eu te dizer que nunca realmente sei o que é existir ? Você sabe ?
Deve ser pedra dura o significado, tão triste
Por que é apenas real quando é jogada com força no chão
Ninguém realmente quer ser jogado no chão, as vezes só é preciso.
No final você ainda está no chão mas dessa vez esta com seu corpo todo
Sentir que é real, por que ele doí, e aguá salgada pinga de seus olhos
Por mais que as enxugue, elas se transformam em poças
Terei que me conformar em ser pedra dura ? mas moço pedra não voá !
Por mais forte que me jogo, acabo sempre no chão.
O chão não tem gosto, e o que mais doí é saber que ainda, algo me prende nele.


- Ouvindo: Incubus - Love hurts.

0 Rabiscos de Outros:

Postar um comentário

Ariela Venâncio. Tecnologia do Blogger.

Agora, Aqui !

--------------

"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



De encontro.

Os Viciosos do Circulo.