Mastigando minha solidão

Era noite, peguei um café já frio e fui me sentar na area.
Olhei o céu, olhei as poucas estrelas espalhadas, quase sem vida
A lua era fraca, triste, vazia.

Chorei por diversas vezes, eu estava sem cigarros
Consumia café frio, e sem contar a vazio, a solidão, a perda de amigos
Eu estava só, mais uma vez.
Eu tinha as mãos cheias de vida, mas nada penetrava, nada me habitava

Fui na sala, sem fazer barulho, peguei um maço de cigarros
Voltei para admirar as estrelas, acendi o cigarro e dei um gole no café
Fiquei ali, durante horas com frio, mastigando minha solidão
Me vendo de novo sozinha, a ponto de estragar um pulmão
Eu gosto da solidão, mas o calor as vezes é mais que preciso.

Eu mastigava cada cigarro, como se fosse o último
Mesmo sabendo que ao amanhecer eu iria no bar da esquina comprar mais
Mas o que eu queria não vendia no bar da esquina, nem se vendia.
Aquela noite eu dormi na area.
Acordei e fui no bar da esquina comprar cigarros.


Ouvindo: (HorrorPops)


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"Publicar um texto é um jeito educado de dizer “me empresta seu peito porque a dor não está cabendo só no meu.”

(Tati Bernardi)



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